POEMA - MARCELO BRANDÃO

28 de abril de 2022


 
O amor estava passando.
E as pessoas se amontavam
nas grades, ironicamente,
se prendendo a um
sentimento que liberta!

Enquanto o amor passava,
cada um com seus celulares
o filmava, o fotografava...
Poucos o olhavam
e encaravam o amor
de frente, a olho nu.
Sem filtro nem pudor.

E assim o amor estava!
À mostra! Exposto! Disposto!
O amor ali e ele era real,
não dependia de wi-fi
nem de nenhum sinal...
Eu vi. Eu estava ali,
quando o amor passou.


Marcelo Brandão

FALA O CÉU - RAQUEL LEAL

26 de abril de 2022


 


POR ONDE ANDAS O MEU BEM - JULIO CESAR MAURO



"POR ONDE ANDAS O MEU BEM"

"Por falta absoluta
De não ter o que fazer
Ponho-me a escrever

As horas escorrem
Através dos ponteiros
Do relógio de Dali

Ah! Logo não estarei mais aqui
De todos os amores que vivi

O seu,
É o que não me sai da lembrança:
'Adios muchachos companeros de mi vida..'

Por hoje já entornei muita birita...
Estranhamente,
Como lhe convém
Eu me pergunto:
'Por onde andas, o meu bem?'"

*Por andas o meu bem*
By Julio Cesar Mauro

SEDE - MACIO CASTILHO

25 de abril de 2022

SEDE 

 

O pêssego dos teus lábios

É tudo o que mais venero;

Degustarei-o num átimo,

Esfomeado e sedento.

 

Nas águas do teu olhar

Eu nadarei como um peixe;

Nos teus braços vou sonhar,

A dizer “nunca me deixes.”

 

Se me deixas solitário

Ausentam-se de meus sonhos

Todo aquele oásis verde;

 

Toda a fruta dos teus lábios,

Toda a água destes teus olhos,

Como hei de matar a sede?

 

Márcio Castilho

marciocastilho74@outlook.com

 

POEMA-MARCELO BRANDÃO

13 de abril de 2022


 Quantos por aí

não são ouvidos,
são invisíveis,
ou só são vistos
quando estão
fadados à própria
degradação?
Quantos seres humanos
chamam de casa
um pedaço sujo
e amassado
de papelão?
Quantas bailarinas
dormem na porta
do Theatro Municipal?
Quantos rimadores
são ouvidos no metrô?
Quantos por aí,
só são vistos
quando estão

VOU ESCREVENDO - RAQUEL LEAL

12 de abril de 2022


 

Vou escrevendo

Acho que desisti de encontrar o que existe dentro do mais profundo lugar, inalcansável.

Talvez, se quisesse uma pedra de sal do Himalaia, mínima, ela seria minha pelos instantes em que se derretesse sobre minha língua.

Mas ousei asas ratitas, essas ainda nem se suportam sozinhas.

Asas que não são minhas.

Penso que imagino demais e no mais da questão era uma lágrima de sal.

Saio do inabalável como a garota que sempre usou saias, menos no inverno rigoroso da minha terra natal.

Entro em mim, lugar de ficar.

Vou em mim naquele lugar onde me continuo a fazer, meus pés sabem caminhar, por horas.

Bordam meus dedos sem o tempo exato de ver terminado o desenho.

Nisso ressurgem as minhas asas, voo escrevendo.

Raquel Leal


NUVEM DE SEDA - JULIO CESAR MAURO


 

“NUVEM DE SEDA”

“Nuvem de seda
Aconteça o que acontecer
Nosso Amor é da cor do céu

Azul e branco
Branco e azul

Nuvem de seda
Chuva que não chove não
Molhando o meu
E o seu coração

Nuvem de seda
Repartindo em mil cores
O arco-íris do Amor
E da nossa imaginação!”

*Nuvem de seda*
By Julio Cesar Mauro


SEDE - MARCIO CASTILHO

10 de abril de 2022


 

SEDE 

 

O pêssego dos teus lábios

É tudo o que mais venero;

Degustarei-o num átimo,

Esfomeado e sedento.

 

Nas águas do teu olhar

Eu nadarei como um peixe;

Nos teus braços vou sonhar,

A dizer “nunca me deixes.”

 

Se me deixas solitário

Ausentam-se de meus sonhos

Todo aquele oásis verde;

 

Toda a fruta dos teus lábios,

Toda a água destes teus olhos,

Como hei de matar a sede?

 

Márcio Castilho

marciocastilho74@outlook.com

Cidade, amor e aço - RAQUEL LEAL

6 de abril de 2022


 
Cidade, amor e aço

Zé Arigó
Maria Arigó
Josefina Arigó
Henrique Arigó
Fernanda Arigó
Patrícia Arigó
Felipe Arigó

- O que fazem tantos passarinhos neste lugar cheio de pó?

- Estamos construindo nosso ninho, meu senhor.

- Ninho de aço e de concreto? Será isso doença de asa cansada, Arigó?

- Né não meu senhor, metal também aquece, cimento traz calor, o material do ninho não importa, importante é mesmo o amor que ele suporta.

Raquel Leal
Fotografia: Primeira escultura do pássaro Arigó inaugurada em 05/04/2022


A PAZ DO MEU DIA- JULIO CESAR MAURO

4 de abril de 2022


 

“A PAZ DO MEU DIA”

“Reconheço os teus olhos
Reconheço os teus cabelos
E a palidez da sua face

Mas longe de tudo 
Não encontro a paz

Sem você não há nada
É tudo vazio
E só o que me salva

É a poesia
Alegria maior 
Do meu dia a dia!”

*A paz do meu dia*
By Julio Cesar Mauro


Acesse o blog Elyane Lacerdda clicando aqui.

VOLÚPIA- MÁRCIO CASTILHO

3 de abril de 2022


 

VOLÚPIA

 

Nos lábios vermelhos:

O riso sereno.

No copo o veneno

Do bom vinho velho.

 

Rasga logo o rosto

No diáfano riso.

Ah, branco sorriso,

És tudo o que gosto.

 

Noto a nódoa logo

Da névoa restante:

Eu sei que eras antes

Fria, agora és fogo.

 

Entre gargalhadas

Quebra-me o crisol

Feito no cristal

De mofinas lágrimas.

 

Bebe o nacarado

Néctar dessa flor,

Pois é teu, o amor

Meu, eternizado.

 

Márcio Castilho, De Todos Os Tempos, 2019

e-mail: marciocastilho74@outlook.com