Angústia de Narciso- MÁRCIO CASTILHO

13 de dezembro de 2021


 

ANGÚSTIA DE NARCISO

 

Devo ser eu mesmo em todos os tempos,

Devo ser todos num único instante,

A ter-me em metades, compartimentos,

Para ausentar-me da amorfia d’antes.

 

Troco de roupas, modifico estradas;

Troco de alma, coração, fantasias;

Converto as tristezas em gargalhadas;

Exproprio-me da dor que angustia.

 

E eis que a mim, vislumbro hoje neste espelho,

Num reflexo não mais estilhaçado,

Velho, esmaecido e de olhar vermelho.

 

Agora sou, neste sonhar, em lágrimas,

A imagem que se curva ante o lago,

Presente de mim mesmo, nestas águas.

 

Márcio Castilho, De Todos Os Tempos, 2019.

 

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2 comentários:

  1. Muito bom este soneto.
    Um excelente trabalho poético.

    Parabéns ao Autor
    Um abraço par ti, Eliane!

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  2. Obrigada, poeta amigo!
    Nossos colunistas são realmente ótimos!
    São poetas de qualidade!
    Bjs no coração!
    Obrigada pela visita!

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