ACRÓSTICO MATERNAL
Moradia fiz de teu
ventre,
Antes de me instalar neste mundo.
Resta-me, hoje somente,
Ir caminhar entre a
gente,
Achar-te bem lá no
fundo.
Criatura divina,
vésper estrela,
És norte na minha
jornada,
Lá, ao longe, irei
vê-la,
Inda fronteiras, irei
rompê-las
Até sentir saudades,
mãe amada.
De ti, herdei
cromossomos, moléculas, mitocôndrias,
Outras tantas coisas
que à origem corresponda.
No teu âmnio
protegeste-me
Ante os abalos da
terra;
Silenciosamente
acolheste-me,
Como quem a porta
descerra
Inundando-me de luz
sempiterna.
Mãe, palavra de três
letras
E, no entanto, de
tanta grandeza.
Na vida tem quem a
soletre,
Todavia, sem a
clareza,
O significado que nela
encerra.
Carregaste-me, ó mãe,
em teu útero,
Ancorado ao teu cordão
umbilical
Senti, em tuas
entranhas, teu amor ininterrupto,
Teu zelar translúcido,
angelical.
Inundaste-me, qual
Gaia, num sopro de vida,
Lentamente, em longos
suspiros,
Hálitos, oxigênios,
hemoglobina,
Ondas etéreas de amor
infindo.
Márcio
Castilho, De Todos Os Tempos, 2019
email:
marciocastilho74@outlook.com
0 comentários:
Postar um comentário