Depois do meio
No meio do caminho
Não tinha pedra, pétala, aranha
Não tinha rastro, nem traços
Nem mãos, nem abraços
No meio do caminho
Não tinha sorriso
Não tinha o riso fácil
Não tinha indicação de outro caminho
No meio do caminho
Tinha muita reza
Tinha muita lágrima
E nenhuma festa
No meio do caminho
Não tinha vacina.
O caminho não terminou
A ciência não cansou
E depois do meio do caminho
A gente ainda reza
Mas sabe que com Deus nunca se está sozinho
Ainda mais quando há pesquisa
Depois do meio do caminho
Vimos que a inteligência nunca foi em vão
Bota o braço
Agradece a quem não empunhou a mão
Mas à frente já avistamos outra eleição
E se neste caminho me perguntarem em quem?
Tirando a máscara direi:
Nele não.
Raquel Leal
Aquarela de Soledad Echaniz, artista argentina
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