Mariposa - MÁRCIO CASTILHO

31 de janeiro de 2022


 

MARIPOSA

 

De loucura, fiz-me,

Estático e em êxtase;

Tornei-me branco,

Vigiando a tua anatomia;

Tornei-me branco,

Vendo-te, lagarta, nua e fria.

 

Que magia usaste?

Que incenso espalhaste?

Roubei-te a pedra preciosa,

O talismã da garganta,

Nacarado, cor de rosa,

Minha doce lagarta.

 

Teu jeito vegetariano

Mordeu a minha carne.

Assustei-me,

Estático, inerme, embasbacado.

Circulei contigo na luz,

Virei a casa de cabeça para baixo,

Bailei contigo na luz.

 

Despiste a tua seda

Translúcida, tênue;

Perplexo, vi-te, mariposa,

Da tua feiura se despojando;

Asas cor de rosa rodopiando.

 

Tornei-me branco,

Estátua estática

Inerte no teu quarto branco,

Mariposa mágica.

 

Márcio Castilho

marciocastilho74@outlook.com

 


 


0 comentários:

Postar um comentário