Dissilente
Era possível que ela tocasse aquelas mãos
Por puro espanto e prazer
Indo além
Era possível que as beijassem
Com toda a ternura existente em seus lábios doces,
quase melados de poesia
Havia porém entre seus lábios e as mãos
-As que devotava imensos sentimentos-
Uma boca
A grande boa do silêncio
Estrangeira, já não o temia
Beija agora, como beijaria e não beijara
Simplesmente pelo inverno
Sem luvas, aquelas mãos predestinadas
Voltariam a escrever
E ela, sem silêncio e sem infantaria
Beijará
Como bebe cada verso historicizado
A angústia de um talvez poema
Raquel Leal
Pintura de autor desconhecido, infelizmente
Parabéns pela produção textual, amiga Raquel!
ResponderExcluirMuito obrigada, Márcio, meu amigo!
ResponderExcluirLindamente eu li em voz alta.
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