Cabala - MÁRCIO CASTILHO

10 de janeiro de 2022


 

CABALA

 

Separa o joio do trigo,

A amizade do inimigo,

A força e seu centro,

Esse amor excêntrico,

Esse esoterismo.

 

De joelhos te imploro:

Decifra-me ou te devoro,

Ou sou devorado pelo egocentrismo,

Pelo espelho de narciso,

Pelo sub deste solo.

 

Amai a mim, sem joio,

Trazei o trigo nos olhos,

A matemática do amor,

A subtração da dor,

O conjunto infinito dos sonhos.

 

Decifra-me essa esfinge

Que sou; quase pedra que me agride;

Me agride e te desinsufla,

Te rouba o ar qual efeito estufa;

Essa esfinge que, de esfinge, se finge.

 

Decifra-me as incógnitas desse amor-paixão,

Habitante do coração

Que os lábios calam,

Que faz-me amar-te no centro da cabala

E entregar a vida à perdição.

 

 

Márcio Castilho

e-mail: marciocastilho74@outlook.com

1 comentários:

  1. Que poema lindo, meu amigo Márcio. Gostei muito dos jogos de palavras e da força do poema. Abraços!

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