Poema- MARCELO BRANDÃO

16 de dezembro de 2021


 Eu queria sentir menos tristeza.
Eu queria não sentir raiva.
Eu queria fazer mais do que faço.
Eu queria ser sempre focado.
Eu queria não ter que mentir.
Eu queria não ter que ir.
Eu queria ter ficado.
Eu queria ouvir os pássaros.
Eu queria subir no alto do monte.
Eu queria beber a água da fonte.
Eu queria dormir sem ser dopado.
Eu queria que o bem querer
pudesse o quê ele quisesse.
Eu queria você do lado.
Eu queria descansar à beira do mar.
Eu queria ver o amor amar.
Eu queria só ir. Eu queria sorrir.
Eu queria ser um caminho
para as pessoas que no fim,
passarão por mim. Eu queria.

E há quem diga,
que se não fosse isso,
eu era menos.
E se eu não fosse tanto,
eu era quase.

E esta pessoa estava certa!
Pois ei sou gente!
Feito de sonhos e de desilusões.
De aprendizados e frustrações.
De calmarias e furacões.
Eu vivo marcando desencontros
inesquecíveis comigo mesmo.
Eu vivo marcando desencontros
inesquecíveis comigo mesmo.
Eu vivo assim, sem nenhum aval.
Sou meu amigo e meu inimigo.
Eu sou meu bem e o meu mal.

Vivo num mundo onde
desejam que eu não pense.
Onde apenas é preciso
que eu trabalhe, pague impostos
e por fim, me case...

Ah, eu queria ser tanta coisa!
Eu acho isso tudo, muito pouco.
Mesmo que eu não tenha nada
e nem possa ter nada,
ainda assim terei em mim,
todos os sonhos do mundo!

Marcelo Brandão


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