Bailarina
Seus braços são leves
Mas os abraços,
intensos
Como notas de um
violino.
Agudas,
cortantes, marcantes...
Numa fina
sinfonia ela os aperta
Ao redor de seu
delicado peito, oferecido aos céus
Das mais
deliciosas danças e prazeres.
Imprescindíveis
coreografias.
Estudadas,
medidas, selecionadas para alcançar a plenitude dos sentidos mais desconhecidos
do seu próprio ser...
O balcão da
memória a convida a saltar naquele horizonte
Esplendorosamente
diferente a cada incidência da luz.
E, no retorno ao
seu pedestal,
O ângulo da sua
silhueta projeta uma melancolia de aurora crepuscular.
Como rósea aura
No dourado
bronze que forma o seu espírito...
< Sim, me
leva para sempre, Beatriz
me ensina a não
andar com os pés no chão...>
C.
Buarque