ESCREVER ME ALUCINA

1 de dezembro de 2020


 

 

Escrever me alucina, tenho mesmo a impressão de estar flutuando...de me deslocar livremente na atmosfera e contrariar todas as leis da física, apenas de vivenciar a liberdade, algo indescritível!

Letras ao redor, música ao fundo, danço em todas as direções e consigo compor frases e poemas, que são a razão do meu estar no mundo!

O teclado é meu visor das emoções sentidas , fico meio determinada a não parar mais, escrever em alta frequência, sem pausas, sem definições de estilos, pois a vida determina a cada momento um sentimento, esse é o verdadeiro estilo próprio literário!

Um café bem forte e um respirar fundo...de repente percebi que não há pessoas ao meu redor, algumas partiram e outras se foram... restaram muitas palavras, muitos contos, grandes observações e um sorriso para alegrar minha própria vida!

O sono veio profundamente e fui meio obrigada a deitar esse corpo, que só queria mesmo era bailar pelas ruas e gritar ao mundo o quanto estamos sozinhos, todos caminhando pelas ruas em direções opostas ou não, mas todos inteiramente sozinhos e calados.

Sinto-me privilegiada, pois posso falar através de meus escritos e desabafo toda essa angústia que se aloja no peito daqueles que são sensíveis e grandes observadores. A vida não me oferece grandes oportunidades, mas aproveito as palavras para descolar grandes questionamentos com a humanidade.

Num canto da casa desbravo situações, provoco reações, deixo transparecer minhas dúvidas, calo e grito simultaneamente, um reflexo da pluralidade dos seres humanos. Afinal, somos e deixamos de ser sempre, não estamos marcados pela certeza, pois não há exatidão na vida, há apenas uma mudança de interpretação de fatos, atos e decisões, assim como o sol e a lua!

Sempre me senti inteiramente sozinha!

Há sempre uma insatisfação dentro de cada um, uma loucura opaca e indefinida, mas percebo em cada rosto que encontro pelas ruas; para mim é mais que translúcido!

Só quem escreve e tem os sentidos muito apurados, percebe aquilo , que não se consegue detectar na face; mas nos olhos, espelhos da alma!

 

 

 

 

 

 

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