Oxum
é um orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do
amor, da prosperidade e da beleza, cultuada no candomblé e umbanda.
Através
de mamãe Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma
vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se
deve sua denominação de “Senhora do Ouro”, que outrora era do Cobre, por ser o
metal mais valioso da época.
Na
natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e,
mais raramente, próximo às fontes de águas minerais.
Oxum
é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em
alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por
chorões.
As
mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a Oxum , pois ela controla a
fecundidade, graças a seus laços com Ìyámi-Àjé (“Minha Mãe Feiticeira”). É
chamada de Ìyálóòde (Iaodê) título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais
importante entre todas as mulheres da cidade. Numerosos lugares profundos
(ibù), entre Igèdè, onde nasce o rio, e Leke, onde ele deságua na lagoa, são
seus locais de residência. Aí, ela é adorada sob nomes diferentes, com
características distintas.
Sincretismo religioso
e a comemoração em 08 de dezembro
Oxum
orixá feminina das religiões afro-brasileiras (umbanda e candomblé) é
sincretizada com diversas Nossas Senhoras.
Na
Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos
Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da
Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de
Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
O
dia 8 de dezembro é marcado por duas celebrações cristãs de significados distintos
(quase antagónicos), que se confundem devido à semelhança das suas designações.
A
evocação popular, tradicional, celebra a Nossa Senhora da Conceição (ou
Concepção), isto é, celebra o arquétipo da Maternidade. Conhecem-se desde o
século VII, nomeadamente na Península Ibérica, festas com esta evocação; até há
poucos anos era nesta data, e não no primeiro domingo de Maio, que se celebrava
o Dia da Mãe.
O
conceito teológico oficial é o do dogma da Imaculada Conceição de Maria,
definido pelo papa Pio IX em 1854, e nada tem a ver com o conceito popular:
afirma que Maria, mãe de Jesus, teria também sido gerada sem cópula carnal de
seus pais (Ana e Joaquim); celebra, por isso, a castidade. Esta ideia começou a
surgir no século XII, tendo causado intensa polémica e sido rejeitada por
importantes teólogos, incluindo São Bernardo e São Tomás de Aquino, e condenada
pelo papa Bento XIV em 1677, até ter sido aceite como dogma em 1854.
A
instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI, que
alegadamente sintetizaria um culto que em Portugal existiu muito antes de ser
dogma, pelo menos na sua designação remete para o conceito popular, não para o
conceito teológico afirmado pelo dogma. De igual forma, as freguesias
portuguesas anteriormente listadas adoptaram a designação “Nossa Senhora da
Conceição” ou “Conceição”, mas não “Imaculada Conceição”.
Em
8 de dezembro de 1904, em Lisboa solenemente lançou-se a primeira pedra para um
monumento comemorativo do cinquentenário da definição do dogma. Ao ato, a que
assistiram as pessoas reais, patriarca e autoridades, estiveram também
representadas muitas irmandades de Nossa Senhora da Conceição, de Lisboa e do
país, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos, que foi instituída em
1589.
No
Brasil é tradição montar a árvore de Natal e enfeitar a casa no dia 8 de
dezembro, dia de N.Sra. da Conceição.
Oxum na África
Osun,
Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba é um orixá feminino. O seu nome
deriva do rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de ijexá e
Ijebu.
É
representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por meio do
assentamento sagrado denominado igba oxum.
É
tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde
corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma
profundidade desse rio.
As
mais velhas ou mais antigas Oxum são encontradas nos locais mais profundos
(Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos.
Ex.: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.
Em
sua obra Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve
que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá.
O
templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira,
representando diversos Orixás: “Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para
melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada
para defender seu povo.”
O
Festival de Oxum é realizado anualmente na cidade de Osogbo, Nigéria. O Bosque
Sagrado de Osun-Osogbo, onde se encontra o Templo de Oxum, é Patrimônio Mundial
da UNESCO desde 2005.
Ọṣun-Oṣogbo
ou Bosque Sagrado de Osun-Osogbo é uma floresta sagrada às margens do rio Oxum
que se encontra na cidade de Oṣogbo, Nigéria.
Características dos
filhos da orixá Oxum
São
extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de
sempre estarem namorando. São obstinadas na procura dos seus objetivos.
Oxum
é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas
finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um
grande desejo de ascensão social.
Têm
uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado
combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida
lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição,
pois detestam escândalos.
Não
se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu
amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de
alguém.
Graça,
vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de
Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e
caro.
O
lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso, algumas
das maiores Yalorixás (mães-de-santo) da história do Candomblé, tenham sido ou
sejam de Oxum.
Qualidades de Oxum
Kare
– veste azul e dourado, cor do ouro. Usa um abebé e um ofá dourados.
Iyepòndàá
ou Ipondá – é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés.
Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de
origem. Usa um abebé (espelho de metal) nas mãos, uma alfange (adaga), por ser
guerreira, e um ofá (arco e flecha) dourado, por sua ligação com Oxóssi. É uma
das mais jovens.
Yeye
òkè
Iya
Ominíbú
Ajagura
Ijímú
Ipetú
Èwuji
Abòtò
Ibola
Gama
(Vodun feminino da mesma energia de Sakpatá, incorporado ao culto Yorubá
através de sua concernente Oxum)
Oparà
ou Apará – qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou
espada. Caminha com Oya Onira, com quem muitas vezes é confundida. Diferente
das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e
Ogum.
Culto a Oxum
Dia
principal de culto: Sábado
Comemoração
Anual: 08 de dezembro
Cores:
Amarelo, ouro, rosa, azul claro
Símbolo:
Leque com espelho (Abebé)
Elemento:
Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas)
Domínios:
Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade
Saudação:
Ora Yêyê Ô!
Velas:
branca, rosa e azul clara
Oferendas:
Omolocum, rosas e palmas amarelas, espelhos, bonecas, etc.
Vídeos
BIO
Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama Tricolor, Eliane de Lacerda, blog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama Tricolor, Eliane de Lacerda, blog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
Muito boa a postagem...bem escrito e com imagens lindas! Adoro estudar sobre o sincretismo religioso e linguístico do Brasil.
ResponderExcluirBeijos,
Monólogo de Julieta
Obrigada pela visita,querida!
ExcluirBjos e linda semnana!
Obrigado Paloma, em breve terão mais posts de orixás. Bjs
ExcluirSim,amigo poeta!
ResponderExcluirCultura afro!
Boa semana,bjo!
Obrigado Marcos! Abraço
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