Darcy
Ribeiro
é
um
dos
maiores
intelectuais
que
o
Brasil
já
teve.
Não
apenas
pela
alta
qualidade
do
seu
trabalho
e
da
sua
produção
de
antropólogo,
de
educador
e
de
escritor,
mas
também
pela
incrível
capacidade
de
viver
muitas
vidas
numa
só,
enquanto
a maioria
de
nós
mal
consegue
viver
uma.
Darcy
Ribeiro nasceu em Minas (1922), no centro do Brasil. Formou-se em Antropologia
em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao
estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Neste período
fundou o Museu do Índio e criou o Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta
obra etnográfica e de defesa da causa indígena.
Nos
anos seguintes (1955) dedicou-se à educação primária e superior. Criou a
Universidade de Brasília e foi Ministro da Educação. Mais tarde foi
Ministro-Chefe da Casa Civil e coordenava a implantação das reformas
estruturais, quando sucedeu o golpe militar de 64, que o lançou no exílio.
Viveu
em vários países da América Latina onde, conduzindo programas de reforma
universitária, com base nas idéias que defende em A universidade necessária.
Foi assessor do presidente Salvador Allende, do Chile, e Velasco Alvarado, do
Peru.
Escreveu
neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropologia da Civilização
(O processo civilizatório,As Américas e a Civilização, O dilema da América
Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil, e Os índios e a Civilização), que
têm 96 edições em diversas línguas.
Neles
propõe uma teoria explicativa das causas do desenvolvimento desigual dos povos
americanos.
Ainda
no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O mulo, e já no Brasil
escreveu dois outros: Utopia selvagem e Migo. Publicou Aos trancos e barrancos,
que é um balanço crítico da história brasileira de 1900 a 1980. Publicou também
uma coletânea de ensaios insólitos: (Sobre o óbvio), e um balanço de sua vida
intelectual: Testemunho. Edita juntamente com Berta G. Ribeiro a Suma Teológica
brasileira. Seu último livro, publicado pela Biblioteca Ayacucho, em espanhol,
e pela Editora Vozes, em Português, é A fundação do Brasil, um compêncio de
textos históricos dos séculos XVI e XVII, comentados por Carlos Moreira, e
precedidos de um longo ensaio analítico sobre os primórdios do Brasil.
Retornando
ao Brasil em 1976, voltou a dedicar-se à educação e à política. Elegeu-se
vice-governador do estado do Rio de Janeiro, foi secretário da Cultura e
Coordenador do Programa de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs que
são grandes escolas de turno completo para 1000 crianças e adolescentes. Criou,
então, a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin,
o Centro Infantil de Cultura de Ipanema. E o Sambódromo, em que colocou 200
salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.
Elegeu-se
senador da República, função que exerce defendendo vários projetos, entre eles,
uma lei de trânsito para defender os pedestres contra a selvageria dos
motoristas; uma lei dos transplantes que, invertendo as regras vigentes, torna
possível usar órgãos dos mortos para salvar os vivos; uma lei contra o uso
vicioso da cola de sapateiro que envenena e mata milhares de crianças. Combate
energicamente no Congresso para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
seja mais democrática e mais eficaz. Publica pelo Senado a revista Carta, onde
os principais problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos. Foi
eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Conta
entre suas façanhas maiores haver contribuído para o tombamento de 98
quilômetros de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio
antigo. Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São
Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Gravou um disco na série mexicana
"Vozes da América". E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa da
Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central.
Entre
suas atividades conta-se haver contribuído para o tombamento de 98 quilômetros
de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio antigo.
Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com
projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa
da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade do Uruguai, da
Universidade da Venezuela e da Universidade de Brasília (1995).
Em
1992, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras. Além da obra
antropológica, Darcy Ribeiro publicou os romances "Maíra", "O
Mulo", "Utopia Selvagem" e "Migo". Entre 1992 e 1994,
ocupou-se de completar a rede dos CIEPs; de criar um novo padrão de ensino
médio, através dos Ginásios Públicos; e de implantar e consolidar a nova
Universidade Estadual do Norte Fluminense, com a ambição de ser uma
Universidade do Terceiro Milênio.
Em
1995, lançou seu mais recente livro, "O povo brasileiro", que encerra
a coleção de seus Estudos de Antropologia da Civilização, além de uma
compilação de seus discursos e ensaios intitulada O Brasil como problema.
Lançou, ainda, um livro para adolescentes, Noções das coisas, com ilustrações
de Ziraldo, considerado, em 1996, como altamente recomendável pela Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Em
1996, entregou à Editora Companhia das Letras seus Diários índios, em que
reproduziu anotações que fez durante dois anos de convívio e de estudo dos
índios Urubu-Kaapor, da Amazônia. Seu primeiro romance, Maíra, recebeu uma
edição comemorativa de seus 20 anos, incluindo resenhas e críticas de Antonio
Callado, Alfredo Bosi, Antonio Houaiss, Maria Luíza Ramos e de outros
especialistas em literatura e antropologia. Ainda nesse ano, recebeu o Prêmio
Interamericano de Educação Andrés Bello, concedido pela OEA.
No
último ano de vida, Darcy Ribeiro dedicou-se a organizar a Fundação Darcy
Ribeiro, com sede na antiga residência em Copacabana (no Rio de Janeiro).
Vítima
de câncer, Darcy Ribeiro morreu aos 74 anos.
Frases:
"O Brasil, último país a acabar com a
escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa
classe dominante enferma de desigualdade, de descaso."
*
"Só há duas opções nesta vida: se resignar ou
se indignar. E eu não vou me resignar nunca."
*
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as
crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os
índios, não consegui.
Tentei fazer uma
universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil
desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são
minhas vitórias.
Eu detestaria estar
no lugar de quem me venceu."
*
"Ultimamente a coisa se tornou mais complexa
porque as instituições tradicionais estão perdendo todo o seu poder de controle
e de doutrina. A escola não ensina, a igreja não catequiza, os partidos não politizam.
O que opera é um monstruoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de
consumo inatingíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando mais a marginalidade
dessas populações."
*
“Presente, passado e futuro? Tolice. Não
existem. A vida é uma ponte interminável. Vai-se construindo e destruindo. O
que vai ficando para trás com o passado é a morte. O que está vivo vai adiante.
”
*
".... Sou um homem de causas. Vivi sempre
pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas
demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária,
o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais
fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria
ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas."
*
”O ruim no Brasil e efetivo fator do atraso,
é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da
população, desde sempre sangrada para servir a desígnios alheios e opostos aos
seus…O que houve e há é uma minoria dominante, espantosamente eficaz na
formulação e manutenção de seu próprio projeto de prosperidade, sempre pronta a
esmagar qualquer ameaça de reforma da ordem social vigente. ”
BIO
Thiago
Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama
Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por
literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele,
basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em
@thwrestler.
Conhecia de nome, mas não profundamente quanto ao seu post.
ResponderExcluirAdorei as frases dele!! <3
Diamante Turquesa
Instagram
Volte sempre,amiga!
ExcluirBjos
Darcy Ribeiro foi uma pedra lapidada que o Brasil não soube aproveitá-lo como deveria.
ExcluirGrande abraço!!!
Amei conhecer eu ja tinha ouvido falar, obrigado pela visita.
ResponderExcluirBlog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Agradeço muito sua visita,amiga!
ExcluirBjos
Obrigado pelo comentário! Um grande abraço!!!
ExcluirAqui na minha cidade tem uma escola modelo que tem o nome dele.
ResponderExcluirPor isso conheço um pouco da história!
Seu post foi bem completo. Parabéns!
bjOO
Dany
Blog Breshopping da Dany
Conheça também o Breshopping da Dany KIDS
Instagram: @breshopping_da_dany
Obrigada, querida!
ExcluirMeu colaborador Thiago Muniz trabalhou bem nesse artigo!
Volte sempre!
Darcy Ribeiro teve uma história rica.
ExcluirUm grande abraço, volte sempre!
Post super bacana adorei conhecer seu blog superlinda s cheio de conteúdo.
ResponderExcluirhttp://www.corujinhavaidosa.com
Obrigada,Rose!
ExcluirVolte sempre!
Meu colaborador Thiago Muniz caprichou nesse post!
Bjos
http://www.elianedelacerda.com
Obrigado pela visita Rose! Volte sempre, um grande abraço!
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