“Quem me chamou?
Quem vai querer
Voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar”...(G. Arantes)
Quem vai querer
Voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar”...(G. Arantes)
Caio morava com sua família em Curitiba, vivia uma vida
tranquila, sem dificuldades financeiras, seu pai era engenheiro e sempre bem
posicionado profissionalmente. Ele e seus irmãos sempre estudavam em colégios
“renomados” e sua mãe era muito presente em suas vidas.
Quando estava em plena adolescência, começou a se envolver com
algumas drogas, induzido por amigos da própria escola. Seus pais percebiam seu
comportamento meio agressivo, um tanto disperso, diferente dos outros irmãos, e
não conversava mais, apenas ficava em seu quarto ouvindo música quando entrava
em casa, Jane Joplin era sua companheira das viagens alucinantes que o levavam
ao delírio aflorado nos olhos... nas palavras...
Iniciava-se uma fase muito triste para os pais, pois um jovem
lindo de repente ficar tão “nulo” diante da família, das oportunidades que a
vida o oferecia! Foram tantas as drogas usadas, que as atividades escolares
decaíram de uma forma radical. O declínio era visível, uma esquizofrenia tomava
conta de sua personalidade já doente e frágil, estava latente a solidão que o aguardava!
Andava perdido dentro de si, uma loucura inconsciente e brutal. Não
havia mais expressão nos olhos, sentimentos que o deixassem emotivo. Havia
virado uma “rocha” ambulante. Seu pai não conseguia aceitar a situação real de
Caio, e várias vezes discutiram inutilmente. Laura, sua querida mãe, conseguiu
através de suas meigas palavras, como toda mãe tem o dom de acalmar seus
filhos, convencê-lo a permitir várias internações, para desintoxicação total de
seu organismo tão debilitado, e total reabilitação de suas emoções tão confusas
e prejudicadas!
“Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo
Diz "não"...(G. Arantes)
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo
Diz "não"...(G. Arantes)
Caio já com seus vinte anos de idade continuava fugindo das
clínicas, seu pai não conseguia aceitar essa atitude irracional, mas ele driblava
os seguranças, pegava carona na estrada e assim se iniciava uma jornada de
sofrimentos para os familiares, inclusive sua avó, que chorava muito e não
entendia o que acontecia com seu neto tão lindo!
Ele repentinamente larga seu emprego Público em Curitiba e vai
para a casa da avó em Maringá, no interior do Paraná!
Laura, já em desespero, resolve ir para o interior, onde sua mãe
morava, esperando que longe dos “amigos negativos”, Caio se recuperasse, e a
família muda da Capital com muita esperança de tudo se acalmar, e o clima de
paz voltar a reinar para todos.
Logo que chegaram à Maringá, Caio vai à Juiz de Fora com sua mãe
e faz um curso para ser Locutor de rádio e quando voltaram, imediatamente foi
admitido numa rádio da cidade e começa a dirigir um programa noturno, inicia um
período de produtividade, mas não consegue se livrar das drogas e faz uso
contínuo de chá de cogumelos, maconha e servia de “avião” para os traficantes
locais.
Sua ida para o interior junto da avó e de toda família agravou
seu estado psicológico, o que não era esperado!
A vida sempre nos surpreende!
Caio já estava com trinta anos de idade e num dia de muito sol,
a pele até ardia naturalmente, o azul do céu estava vibrante... ele pega sua
mochila e sai sem rumo pela estrada que liga a várias pequenas cidades do
interior, ninguém percebe sua saída, estavam todos trabalhando, cada um com
seus afazeres, e de repente ele não volta quando a noite surge...
Sua avó chora muito... todos se desesperam, mas esperam sua
chegada, que nunca acontecia... meses depois seu pai faleceu vítima de Leucemia
mas jamais o perdoou, pelo desespero e desequilíbrio que provocou na família!
“Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer”
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer”
Caio fez várias tentativas para sair do país
pelas fronteiras, mas como não carregou documento algum, sempre foi impedido de
atravessar!
Andarilho durante dez anos de sua vida, trocava
qualquer serviço pela alimentação e banho, nunca mais se comunicou com a
família, não conseguia parar de caminhar pelas estradas e tentar encontrar uma
saída para sua vida.
A solidão, as ilusões relacionadas às
alucinações diárias, essas eram suas amigas inseparáveis!
Já estava com mais de quarenta anos de idade
quando a família o encontra, mas fica entristecida de vê-lo tão largado, dentes
perdidos, aparência irreconhecível, apenas uma roupa na mochila e os pés
marcados pelas longas caminhadas das estradas em busca do NADA!
Abraçou a família, mas não quis viver com
ninguém, continuou em uma pequena cidade da redondeza...
Todos seguiram seus caminhos... a vida muitas
vezes nos aproxima de quem amamos, mas por algum motivo também nos separa
daqueles que gostaríamos de abraçar e beijar todas as manhãs de nossas vidas!
“E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho
Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo”( G. Arantes)
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho
Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo”( G. Arantes)
Você escreve muito bem, prende o leitor. :) Gostei. :)
ResponderExcluirBeijos
O Mundo de Marina
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Obrigada,amiga Marina!
ExcluirSua visita é sempre um prazer!
Bjo no coração!
Marcos,
ResponderExcluirfico feliz por ter gostado!
Bjo,amigo poeta!
Que história marcante Eliane...É dificil se imaginar numa situação dessas: uma pessoa que tem tudo precisa buscar algo mais e encontra nas drogas o que tanto procura...uma pena ver que isso o levou a um lugar de solidão.
ResponderExcluirDani Ramos
www.donaengenhosa.com.br
Conheça nossa loja de artesanato: http://perfil.mercadolivre.com.br/DONA+ENGENHOSA
Amiga, muito triste mesmo,
ResponderExcluirmas as drogas só nos levam ao "buraco",
ao fundo do poço!
Bjos e obrigada pela visita tão importante pra mim!
Fiquei com aquele apertinho depois de ler seu texto, ainda mais por saber que ele é tão real. Te Conto Poesia ♥
ResponderExcluirCamila,
Excluira vida não é fácil para muitas pessoas!
Bjos querida!