Caro
amigo (a) leitor (a),
Fernando
Pamplona (Rio de Janeiro, 26 de setembro de 1926 — Rio de Janeiro, 29 de
setembro de 2013) foi um carnavalesco, cenógrafo, professor, produtor e apresentador
de televisão brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes do carnaval
carioca.
Formado
pela Escola Nacional de Belas Artes, teve uma rápida passagem como ator até
conhecer Mário Conde em meados da década de 50, que lhe abriu as portas para a
cenografia.
Em
1959, o escritor Miercio Tati, membro do então Departamento de Turismo e
Certames da Prefeitura (hoje, Riotur), o chamou para integrar o corpo de
jurados dos desfiles das escolas de samba do Rio.
Embora
tenha assumido o cargo com dedicação, apenas uma, entre todas as agremiações,
deixou Pamplona realmente extasiado. Trata-se do GRES Acadêmicos do Salgueiro,
que, naquele ano, havia inovado por completo os padrões do carnaval carioca ao
jogar para o alto os habituais enredos de capa-e-espada (sobre políticos ou
militares) trazidos pelas escolas e abraçou uma temática sobre o pintor francês
Jean-Baptiste Debret.
Foi
ele um dos poucos jurados a defender, sem medo, sua avaliação sobre os
desfiles, o que surpreendeu o diretor de carnaval do Salgueiro, Nelson de
Andrade. A diretoria da escola, por intermédio de Nelson, o convidou para
preparar desfile salgueirense para o carnaval de 1960 e Pamplona aceitou o
pedido com a condição de fazer um enredo sobre Zumbi dos Palmares.
Pela
primeira vez, a vida de uma personagem não-oficial da história do Brasil era
retratada por uma agremiação. Chamou seus colegas de teatro, Arlindo Rodrigues
e Nilton Sá, e acabou se tornando, por fim, um carnavalesco de escola de samba.
No Salgueiro conquistou quatro títulos, foi vice outras três vezes. Pamplona
empresta seu nome a biblioteca do Centro de Referência do carnaval, a única do
gênero no Brasil.
Outra
alteração foi a uniformização do visual da escola através de uma harmonia de
cores e formas no figurino". No ano de 1961 ganhou do Museu de Arte
Moderna, do Rio de Janeiro o prêmio de uma viagem à Europa, feita no ano
seguinte, em 1962.
Permaneceu
por dois anos na Europa, retornando ao Brasil em 1964. Passou a lecionar na
Escola de Belas Artes da UFRJ e logo depois passou ao cargo de diretor da mesma
escola, quando em sua homenagem um atelier da escola foi batizado de
"Pamplonão". Como projetista de "stands" representando o
Brasil no exterior, atuou entre os anos de 1962 e 1964 nas cidades de Berlim,
Colônia e Hamburgo (Alemanha), Estocolmo (Suécia), Viena (Áustria), Budapeste
(Hungria), Milão (Itália) e Estocolmo.
O
termo carnavalesco utilizado genericamente para designar todo folião que
participa, brincando, do carnaval de rua passou a ter um novo significado a
partir dos anos 60 com a participação de membros da escola de Belas Artes da
Universidade Federal do Rio de Janeiro no desenvolvimento de enredos nas
escolas de samba do Rio de Janeiro.
Pamplona
foi o mestre dos grandes carnavalescos que surgiram a partir dos anos 60, 70 e
80, dentre eles, Joãosinho Trinta, Arlindo Rodrigues, Maria Augusta e Rosa
Magalhães, que foram seus discípulos na arte de fazer belos e plásticos
carnavais.
Foi
também precursor em realizar o encontro do carnaval do morro com sua própria
identidade, quando propôs temas que tinham por objetivo fazer uma revisão
histórica e que mostrasse personagens e fatos que eram inerentes às pessoas
dessas comunidades.
Em
vez de temas homenageando império, república, nobreza e elite, surgiram enredos
como: Quilombo dos Palmares, Aleijadinho, Festa para um Rei Negro, dentre
outros.
Pela
primeira vez, as escolas nascidas da resistência negra contavam sua verdadeira
história e começavam a se enxergar no espelho. É impossível falar em concepção
de enredo, em modernidade de estruturas alegóricas, sem pensar em Fernando
Pamplona, salgueirense e botafoguense de coração.
O
mestre de todos os carnavalescos, que no ano de 2015 foi tema do enredo da
escola de samba São Clemente com o título: “A incrível história do homem que
só tinha medo da matinta perera, da tocandira e da onça pé de boi”.
A
responsável pelo desenvolvimento do enredo foi sua aluna da escola de Belas
Artes, a campeoníssima do carnaval carioca, professora Rosa Magalhães. Com
certeza, Pamplona assistiu ao desfile no camarote celestial.
ENREDOS
ASSINADOS POR FERNANDO PAMPLONA
Ano
|
Escola
|
Colocação
|
Grupo
|
Enredo
|
1960
|
Salgueiro
|
Campeão
|
1
|
Quilombo dos Palmares
|
1961
|
Salgueiro
|
Vice-Campeão
|
1
|
Vida e obra do Aleijadinho
|
1964
|
Salgueiro
|
Vice-Campeão
|
1
|
Chico-Rei
|
1965
|
Salgueiro
|
Campeão
|
1
|
História do Carnaval Carioca
|
1967
|
Salgueiro
|
3ºlugar
|
1
|
História da liberdade no Brasil
|
1968
|
Salgueiro
|
3ºlugar
|
1
|
Dona Beja, a feiticeira de Araxá
|
1969
|
Salgueiro
|
Campeão
|
1
|
Bahia de todos os Deuses
|
1970
|
Salgueiro
|
Vice-Campeão
|
1
|
Praça XI carioca da gema
|
1971
|
Salgueiro
|
Campeão
|
1
|
Festa para um rei negro
|
1972
|
Salgueiro
|
5ºlugar
|
1
|
Nossa madrinha, Mangueira querida
|
1977
|
Salgueiro
|
4ºlugar
|
1-A
|
Do Cauim ao Efó, moça branca, branquinha
|
1978
|
Salgueiro
|
6ºlugar
|
1-A
|
Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses
|
1997
|
Em Cima da Hora
|
5ºlugar
|
A
|
Sérgio Cabral a cara do Rio
|
BIO
Thiago
Muniz tem 33 anos, é formado em Marketing pela Universidade Estácio de Sá, dono
do blog O
Contemporâneo, cronista do site Panorama
Tricolor. Compositor por hobby e um amante da música. Apaixonado por
literatura e amante de Biografias, já está escrevendo o seu primeiro livro e em
breve se lançará como Escritor. Caso queiram entrar em contato com ele, basta
mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com.
Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
Oi amiga!
ResponderExcluirAdorei ficar sabendo mais sobre o Fernando Pamplona, até então só o conhecia como carnavalesco mesmo.
Parabéns pelo post!
Bjssss
Obrigada pela visita,
Excluirbjos amiga!
Obrigado Dinha!!!
ExcluirAbraços!!!