O Poodle e seu rabo elástico

31 de julho de 2015



Simba era o nome de nosso cachorrinho; era diferente em todos os aspectos, pois mais parecia humano, tinha sentimentos nobres, adorava apreciar a natureza da janela do apartamento onde morávamos, e ficava em meu ombro como uma criança carente!
Como sofria de “epilepsia”, todas noites tinha quatro ou cinco crises de convulsões violentas, que me acordavam e me deixavam totalmente desnorteada, pois me sentia incapaz, nada podia fazer para reverter a situação. O veterinário receitava remédios e eu os comprava e ele tomava direitinho, mas era impossível ficar “curado”, e foram crises tão fortes, que eu o alimentava socando a ração e misturando com um patê especial, que eles chamavam de “levanta defunto”, e desta forma com uma colherinha eu introduzia o alimento e com conta- gotas a água entrava em seu organismo!
Estava acostumado a tomar banhos semanais na “Pet Shop"do bairro, todos sabiam de suas limitações e não podiam demorar muito para atende-lo!
De repente, achamos o atendimento decaído e resolvemos trocar de “Pet”, e assim o fizemos!
Ligamos e marcamos o horário para apanharem nosso “Simba”, tudo deu certo, e ficamos aguardando o retorno para conferirmos se foi bem lavado, perfumado, esses detalhes importantes de serviços prestados a animais de estimação!
Demorou bastante, e já estávamos preocupados, resolvemos telefonar e disseram que o carro estava na rua para entrega dos animais.
Já era noite e eu havia chegado do trabalho, mas muito preocupada, pois a expectativa da chegada de nosso animalzinho era enorme.
Toca o interfone e o porteiro anuncia a chegada do querido “Simba”, eu e meu filho caçula, ainda com seus dez anos de idade, fomos correndo para o elevador recebe-lo, e “Simba” entrou em disparada na cozinha e foi para debaixo da mesa.
Estranhei, mas achei que estivesse cansado, estressado, pois ficou muitas horas fora de casa.
Rômulo resolveu pegar seu cachorrinho no colo, e disse alto para mim:
-Mãe, puxaram o rabo do Simba e cresceu!!!!!
Corremos para o telefone e imediatamente solicitamos a troca do animal,
pois haviam confundido na hora da entrega!
Logo em seguida, chegou o nosso querido “Simba”, que durou mais que três anos de idade, mas nos deixou muita saudade e muitas lembranças de carinho e dedicação!
Ele adorava olhar no meu ombro a rua, as pessoas que passavam, a natureza, a vida!






Perda Progressiva

24 de julho de 2015



Hei de Questionar e Amar sempre!

Hei de questionar sempre onde errei; como não percebi seu distanciar...sua ausência na hora das refeições, sua indiferença pela casa, o desencontro com os familiares, sua adolescência vibrar em seu peito!
Hei de me questionar sempre, como não percebi seu “estar sufocado” de minhas perguntas, minhas preocupações, meus receios... minha proteção incondicional ou excesso de amor!
Nas últimas festas, quando o abracei, percebi um rosto sem expressão e sem gestos de carinho para trocar, nenhuma palavra foi falada, eu tive a certeza de que em breve estaria a me perguntar: “Onde o deixei?”
Daquela noite em diante, passei a observar todas as reações e apatias, que me causavam muita ansiedade sempre, mas era inevitável, não tinha mais nada a fazer, apenas esperar o momento da despedida.
Hei de me questionar sempre, como acreditei que estaríamos sempre juntos, caminhando, superando os desafios familiares, crescendo interiormente, sem dar conta de que caminhávamos para uma separação natural da vida!
Afinal, somos sozinhos sempre, não há dúvidas com relação à solidão!
Hei de me questionar sempre, o porquê de meu espanto, se a vida é um navegar em grandes e desconhecidos mares.
As palavras nunca me abandonarão, estarei sempre a escrever poemas, crônicas, contos. Não me sentirei sozinha nunca, sempre estarei acompanhada de músicas, livros, pássaros soltos, beijos incontidos, porque não vale mais a pena conter as emoções, elas fluirão e serei livre para vivê-las!
Hei de me questionar sempre!
Hei de amar sua rebeldia, suas paixões desvairadas, seus choros contidos!

Hei de Amar e me Questionar Sempre!



Loucura Real- (Capítulo 02)

17 de julho de 2015




A situação familiar ficou meio complicada, mas o tempo se encarrega de tudo transformar, e o vento carrega as amarguras. Ana Carolina continuou sua terapia por algum tempo, e nunca mais fez experiências tão radicais, mas não se cansava de sempre buscar aventuras eletrizantes, que fizessem bem aos sentidos!
Logo reatou com seu namorado Nordestino, e a vida era só amar,amar,amar...como os adolescentes sentem com intensidade os beijos, os abraços, estão sempre vivendo com muita profundidade as emoções.
Ela e o namorado resolveram planejar um futuro, na areia da praia durante a madrugada nas férias que passaram com a família de Carol em Vitória, corriam em direção ao mar, e deitavam na areia cansados, onde faziam amor ofegantes e alucinados de desejo. Ele a carregava no colo pela areia de Guarapari  e os beijos eram intensos e quentes.
Surgiram muitas brigas por ciúmes dos dois, pois existia um sentimento de posse entre eles, o que não levaria a resultados favoráveis no futuro, mas que não conseguiam controlar!
Decidiram noivar, ela ainda menina e ele mais velho quinze anos. Os pais de Ana tentaram reverter a situação, ela ainda era menor de idade, mas ela os pressionou e não havia como domar a “felina” que bramia loucamente.
- O que viria pela frente?
Seus pais fizeram um almoço de noivado, apesar de não concordarem em nada, inclusive pela diferença cultural, mas para não perderem a filha, resolveram aceitar e assim o fizeram.
- Ele não era um homem “Mau”, mas com uma educação e criação  bem diferente, uma vida sofrida e desgastada pelas dificuldades financeiras da região onde nasceu e viveu até passar num Concurso Público como Policial Militar,  e se estabelecer na Capital Mineira.
Difícil para a família de Ana, que poderia lhe oferecer bons colégios, cursos extracurriculares, férias na praia, grandes oportunidades profissionais, e de repente, perceber que a cada dia que passava sua filha se distanciava, e valorizava cada vez menos toda a vida farta e sem preocupações financeiras que levava ao lado de seus pais.
Nada poderia conter mais as decisões da adolescente com esse rapaz, que a seduzia loucamente, e que a vida traçava um destino para os dois, mas bem longe de sua família!
Ana ia à escola, mas nem prestava atenção aos ensinamentos dos mestres, ela estava sempre a escrever poemas de amor e nada mais...
Os dias passavam com grandes arritmias cardíacas, era um pulsar vibrante nas veias, o sangue tremia e esquentava a pele, como essa sensação era incontrolável!
As pernas bambeavam e calor era insuportável, os hormônios não a deixavam ser racional, e todos os segundos de sua vida eram movidos pelas emoções que vivia ao lado do seu “grande” amor!
Os pais de Carol estavam bem preocupados, percebiam que a cada dia que passava ela se tornava mais alheia e vivia num mundo paralelo, totalmente inverso ao que fantasiaram para seu futuro.
Ana e Breno (seu namorado) já estavam juntos há um ano, e isso era bem preocupante, pois as brigas não cessavam, estavam a todo momento discutindo e por várias vezes foi agressivo com ela, mas a “cegueira” da paixão não a deixava perceber o que a vida poderia ser ao seu lado!
Não encontrava mais com os amigos de sua idade, apenas ia à escola para cumprir sua obrigação e nos finais de semana, passava as noites com Breno até amanhecer, e a lua testemunhava na varanda do quarto dele.
- A lua é a companheira inseparável dos amantes.
Ana durante as aulas escrevia muitos poemas, numa aula de matemática, que achava cansativa, resolveu escrever :
- ”Loucura
É todo esse desejo de sentir,
agir ,amar!
São todos os momentos inertes,
Que fico a sonhar!
Um instante de lógica,
Uma eterna irrealidade mora em mim!”
Tinha perfeita consciência de sua loucura, de sua própria vida irreal e alimentava cada instante de prazer por estar numa viagem única, que a levaria a mais uma experiência radical como a das drogas!
“Há um mistério no mundo:
Este sonhar sem fim...
Os dias, as noites, a vida,
Correm dentro de mim.

Arthur e Nádia ( pais de Carol) tinham a certeza de que em breve teriam que fazer o casamento da filha com Breno, e que ficariam sozinhos e sem perspectivas de felicidade para sua filha ainda tão jovem e sonhadora!
- A vida nos surpreende e nos assusta, mas muitas vezes precisamos deixar que as águas dos rios fluam e sigam seu percurso natural.

















Esse é meu País

9 de julho de 2015
Era domingo e não passava das vinte uma horas, desci do carro na esquina de minha casa e fui em direção à portaria do prédio, de repente ouvi alguém dizer:
_ “Tá frio, né”?
_ Olhei para o meu lado e vi um homem com uma coberta nas costas,
Imediatamente respondi seu comentário, afirmando que a noite está fria demais!
Passei por ele e entrei no meu prédio, mas após fechar a porta, olhei para trás e me perguntei:
_ Por que ele está sozinho, numa noite fria, e arrumando sua cama na calçada?
Voltei e resolvi conversar um pouco, saber de sua vida, suas escolhas e suas andanças pelas ruas, pela vida!

Pergunto aos meus amigos blogueiros:
1-Por que alguém se tornaria um andarilho?
2-Como vocês veem essa escolha ?
3-Será que foi uma escolha ou uma exclusão familiar?


Leiam primeiro o que escrevi abaixo sobre a sua vida.




Eu vi um Homem
Suas cobertas
E o NADA
Eu vi um Homem
Sozinho na madrugada
SUJO
Com frio
Um velho casaco
Uma havaiana nos pés
A VIDA
O NADA
Eu vi um Homem
Sem destino na madrugada
Falava do amor aos filhos
Mas chorava a perda da mulher amada
Um Homem
O Fracasso
A noite fria de inverno
O NADA
Um sorriso
Frases bem elaboradas
O álcool nas veias
A estrada escolhida
A solidão
Os sentimentos aflorados
O NADA
Apenas um Homem
Suas cobertas
A noite fria de inverno
Suas reflexões
O NADA
Apenas mais um Homem dormindo
Na CALÇADA!
Esse é meu País!




Provação Humana

4 de julho de 2015
Esta semana comprovei por algumas atitudes humanas, que podemos acreditar que ainda existam “Pessoas do Bem”, sem nenhuma dúvida!
Tenho sido ótima observadora com relação aos relacionamentos entre os Humanos. Acredito na “Lei da Atração”, e estamos a todo o momento em sintonia com as forças do Universo...somos sempre surpreendidos, basta acreditarmos que com “uma atitude de Amor, podemos mudar a vida de alguém ou de nós mesmos.”
Vamos tentar Amar sempre e sem receio!


PROVAÇÃO HUMANA
 
Da Boca
Saem palavras
              Gritos
               Sussurros
                Choros incontidos
                Loucos gemidos de Amor

Na Boca
A força está contida
Pela melodia
Pela seriedade
Pela maldade
Pela vitória
Pelo beijo lambuzado de Desejo

Da Boca
Ouvimos palavras
                      Ingratas
                      Declarações de Amor
 pela  Boca
Somos Salvos
Quando a sabedoria nos DOMINA

A Boca
Instrumento
Da Provação Humana
Da vida que lateja
                                      Como Larvas em Chamas!