Um Estranho

O silêncio chega assim sem medo algum, a voz cala e o coração dispara loucamente. Uma certeza de que não há como retornar, reviver, reconstruir, uma solidão aflita se apodera do meu interior. Não quero chorar, decidi lutar sempre contra a tristeza, esboço meu sorriso meio irônico, visto uma roupa muito colorida e o batom vermelho na boca, que marca sempre a minha expressão forte!

Não quero desistir de meus sonhos, por mais absurdos que possam parecer para mim mesma, quero mantê-los ativos em meu peito, pois preciso abraçar meus ideais como procuro abraçar o mundo!

Tento não me sufocar, mas dentro de mim mora uma loba faminta, sedenta, dentro de mim mora uma loba calada!

Muitas são as noites que fico a refletir sobre a volúpia de estar só e em silêncio profundo, mas em perfeita sintonia com a naturalidade da vida! Há naturalidade na vida?

Vive calado em mim

Este alguém que desconheço

E não sou eu!...

Vem, vem de dentro de mim,

Toda essa desestruturação permanente.

É em mim que bate o desejo

De olhar para a vida e admirá-la!

Dentro de mim,

Mora esta imensa vontade de estar sempre viva...

De intensificar os momentos!

Há, em mim,

Uma sensação de grandeza interior,

Um sopro de amor, em cada dia que amanhece.

Surgindo, diante de mim,

A verdadeira felicidade

Revive, em mim,

Esse estranho que sou “EU”!

O silêncio chega assim sem medo algum, a voz cala e o coração dispara loucamente!