Vida Irreal

Algumas pessoas se desconectam do mundo, vão se afastando, não procuram mais saber dos acontecimentos, apenas se distanciam das emoções, viram robôs ambulantes, marcham pelo mundo sem um sorriso no rosto, são verdadeiras máquinas que transitam pelas ruas e avenidas das cidades, sem expressão no olhar!

Observo nos mercados, nas lojas, nos shoppings, em todos os cantos aonde passo, tenho a nítida sensação de que a vida apenas continua para algumas pessoas, parece que perderam o brilho no olhar, não sonham mais, não fazem planos futuros, é triste perceber essa figura petrificada de seres humanos sem amor, muitos  até conheço, mas o mau humor é translúcido!

Outros adoecem e vão partindo devagar, saem da vida real e passam a viver num mundo do “nada”, onde só existe o inexpressivo, a inconsciência, o desencanto e a solidão.

Mas há aqueles que nunca partem, pois ficam sempre marcados pela presença forte, determinação e mesmo em outra dimensão, permanecem nos exemplos que deixaram, no alicerce que construíram em sua estrutura humana.

Enquanto pessoas se atropelam a todo  momento, outras correm em busca de carinho, de um simples sorriso, muitas vezes deitadas nas praças públicas, sem a mínima condição humana, mas envolvidas com drogas, álcool e abandono da própria família que os exclui ou se excluem para viverem as alucinações geradas pelo vício!

Há pessoas que nos encantam!

Poetas, escritores, pintores, músicos, atores, pessoas que não se prendem a limitações impostas pela sociedade, que distribuem emoção, que abraçam e se enlaçam nas teias da vida, e o que seria da vida sem envolvimento com o olhar, as palavras, os desejos, as buscas e os desencontros?

Há pessoas que nos encantam!

Outras?

Adoecem e vão partindo devagar...