Teia de Amor Capítulo 02

Numa terça-feira de muito sol, Débora bate à porta de Daiana e a convida para participarem de uma excursão e conhecerem a cidade de Poços de Caldas (MG). Ela fica “muito” entusiasmada, mas ao mesmo tempo lembra que está um pouco “apertada” financeiramente, pois acabara de comprar um sofá novo para sua sombria sala. Pensa e fica meio triste, e diz que infelizmente não vai poder participar deste passeio, talvez no próximo...

Débora percebe sua expressão de desencanto e pergunta qual o motivo, Daiana diz a verdade e sua amiga se propõe a patrocinar a sua parte, e logo que acabe de pagar a prestação do móvel, devolva-lhe o dinheiro em pequenas e suaves parcelas.

- Combinado, Daiana abraça a amiga!

- Comece amanhã a arrumar sua bagagem, pois iremos sexta-feira e voltaremos no domingo, não se esqueça  dos seus cremes noturnos, suas meias de dormir e casacos de frio

Daiana sente-se como uma jovem arrumando a bolsa de viagem, os batons não podem faltar! Ela amava os batons de todas as cores, mas principalmente aqueles que deixavam os lábios bem marcados, prontos para serem beijados e muito bem beijados, com muita “pegada”!

- Amanhece radiante na tão esperada sexta-feira, pegariam o ônibus na praça principal da cidade e tudo era motivo de muita festa! Ela mais parecia uma criança em busca de aventura!

Débora toca a campainha, e é chegada a hora da largada!

Era preciso superar o desamor e viver!

A viagem foi ótima, muita alegria no ônibus; todos cantavam, tomavam cervejinha gelada, e o motorista, um homem de uns cinquenta e cinco anos de idade estava olhando para Daiana; tinha um físico forte e atraente, mas ela não sabia o porquê de suas olhadas fixas.

- Será que está me paquerando?

- Não pode ser, pois estou “velha” e não provoco interesse em mais nenhum homem, assim afirmava Daiana no seu interior, mas sua boca estava esculpida, carnuda, ávida de amor, prontinha para a guerra!

Nada poderia lhe surpreender, mas o céu de Minas Gerais é contagiante, tem mais poesia e encanto, há sempre uma Marília de Dirceu apaixonada no ar que respiramos, apesar de não estarmos em “Ouro Preto”!

Chegamos a Poços de Caldas e fomos logo para o hotel, que parecia ser muito aconchegante.

- Quantos  anos passei sem ir a um hotel de classe?

- Quantos anos perdidos e não vividos!

Daiana estava muito feliz ao lado da amiga e de sua nova vida. Resolveram colocar as roupas no armário e imediatamente foram tomar um banho bem quentinho, mas Débora demorou tanto debaixo do chuveiro... Talvez por ter colocado essência de eucalipto no banheiro, tenha se sentido em plena sauna tropical, e não percebera os minutos passarem. As duas ficaram na mesma  suíte com duas camas.

-Pronto, disse Débora à amiga- agora pode tomar seu banho, pois estou me sentindo “nova”!

Daiana correu para o banheiro, despiu-se e abriu o chuveiro, mas a água não esquentava de jeito nenhum, naturalmente a amiga teria queimado a resistência do chuveiro, com a demora excessiva no banho. E agora?

Rapidamente vestiu seu roupão e foi pedir ajuda à amiga, mas ela havia saído do quarto sem avisar.

- O que fazer?

- Lembrou-se, de que na suíte ao lado estava o motorista, que a olhava durante toda a viagem, talvez fosse o momento ideal para descobrir se havia algum interesse nele com relação a ela. Imediatamente resolveu bater à porta da suíte 69 , e na mesma hora o atraente mulato abriu sua porta e a cumprimentou muito satisfeito, perguntando o que desejava, com um sorriso ardente. Daiana perguntou se poderia tomar um banho em seu banheiro, pois o chuveiro da suíte ao lado estava queimado e fazia muito frio!

- Naturalmente, disse o homem de sorriso perolado!

- Um pouco sem jeito, ela entrou no banheiro e tomou um delicioso banho, ao sair do chuveiro, percebeu que o som do quarto estava ligado e tocava um CD dos “TRIBALISTAS”, faixa 05, interpretada por Carlinhos Brown e Marisa Monte.

“Você é assim,   um sonho pra mim e quando não te vejo, eu penso em você, vejo amanhecer e até quando eu me deito, eu gosto de você e gosto de ficar com você. meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor...

A gente canta, a gente dança,  a gente não se cansa

De ser criança, na nossa velha infância...

Seus olhos, meu clarão, me guiam dentro da escuridão...

Seus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só...

Você é assim, um sonho pra mim, quero te encher de beijos, eu penso em você, vejo amanhecer e até quando me deito, eu gosto de você e gosto de ficar com você, meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor”.

Daiana abre a porta do banheiro e Sandro, o motorista, esperava-a com um roupão branco. Ela ficou um pouco assustada, mas ele antes que ela procurasse entender o que estava acontecendo, lança-a sobre a cama e a ama como não acontecia há cinco anos!

Era preciso superar o desamor e viver!

Muita emoção transbordava em seus olhos e invadidos pela atração, passaram algumas horas de intenso prazer!