O Inconformismo

Quando estava na adolescência, com quatorze  anos de idade, numa aula de Redação, de um colégio renomado do Rio de Janeiro, onde eu morava na época, a  professora de Língua Portuguesa, afixou na lousa uma gravura da “Mona Lisa,”  de Leonardo da Vinci , e solicitou que fizéssemos um texto com toda a criatividade possível.

Olhei para os lados, procurei a janela da sala, pois a natureza sempre me proporcionou inspiração, e fixei o olhar na gravura, até conseguir superar o visível, e assim nasceu “O Inconformismo”!

Quem sou, que nada sou, diante de tantos mares?

Quem eu fui, que nada fiz, só deixei a vida passar?

Corro para dentro de mim, busco mil recantos, procuro

Tantas cavernas...e acabo me cansando de tantas guerras.

Já nem posso olhar-me ao espelho, o reflexo de minha face chega a causar-me medo,

 sinto-me torturada!

Que ânsia tenho dessas mãos tão velhas!

Nem mesmo vejo o que “ passa lá fora” , e passo os minutos

Perguntando se não é hora... hora de morrer, ou de “ não mais existir por fora”.

Minhas mãos...odeio lembrar que ainda as tenho, só me trouxeram desenganos, só me pediram o que era impossível, e só me olharam com amargura!

Escrever é uma atividade de extrema solidão e introspecção, quando conseguimos colocar no papel nossas emoções é porque o momento de íntima solidão se configurou!

Hoje tenho certeza absoluta de que minhas eternas amigas e companheiras nunca me abandonarão: As Palavras! São fiéis e não me faltam nunca, estão sempre dividindo comigo todas as emoções!