Desvendando Mistérios

Foi preciso me esconder; sentir o peito arder de saudade, minha voz calar, meus olhos ficarem sem brilho, entrar em mim com todas as forças e me desvendar, uma ânsia se apoderou de meu corpo, eu cheguei a temer a reação da pele, os arrepios me dominavam volta e meia, não sabia mais se era verão ou inverno, mas dentro de mim todas as estações se misturavam, eu não conseguia produzir poemas, fiquei meio apática, as palavras me desampararam e houve o silêncio do sentir e do falar, a verdadeira morte dos sentimentos!

Sinto que começo a me resgatar, mas ainda há uma emoção retida na respiração, que ficou difícil e vagarosa, há um desejo de sobreviver à solidão, uma imensa vontade de ouvir crianças correndo, jovens cantando alegremente, idosos valentes e positivos, que ultrapassam seus limites sem receio algum.

O processo é vagaroso, depois de confrontar com seus sonhos mais íntimos, seus fracassos, suas desilusões amorosas, há uma nuvem que se espalha em seu infinito interior.

Os retratos nos fazem reviver momentos, e estão sempre ao meu redor, pois gosto de registrar a vida.

As reações mudam repentinamente devido à guerra que se trava com seu “EU”, o melhor é se resguardar da sociedade e calar seu pranto. Foram vários  dias e noites atormentada pela razão e a emoção em constante questionamento  dentro de mim, um desgaste emocional  necessário, pois sairei nova e  sem ilusões!

- Preciso aprender a “sentir” como os “homens,” assim meu filho caçula sempre me fala!

- A tristeza lhe invade, mas todos precisam de você, e não há saída, precisa ser forte, estar sempre bem, para acolher a família, quando precisarem! Ligo as músicas que gosto de ouvir, pelo menos quando não estou presa dentro de mim, e há um alívio em mim.

A semana já vai terminar, e não quero que seja marcada apenas por essa viagem, há em mim muitos planos, mas antes que eu me refaça, preciso me enfrentar e vencer a mim mesma!

Os” homens “sentem de uma forma diferente das “mulheres”?

- São mais racionais e não se abalam muito com separações, parece que nasceram mais preparados para estarem sozinhos, e assumirem a vida como guerreiros.

A náusea volta e não consigo me livrar dessa sensação, como se eu precisasse “colocar para fora” meus sentimentos, minhas frustrações!

Volto ao computador e recomeço a escrever, as palavras se soltam dos pulmões latejantes, é uma dor que fere a alma!

Liberdade para as palavras!

Liberto-me! Renasço como a borboleta em seu processo de metamorfose!