Folhetim: Sentindo a Vida (Capítulo02)

20 de março de 2014



-É preciso decidir entre viver sexualmente feliz, ou simplesmente, viver em paz... Essa decisão implica em perda, traz sofrimento.
 - Não, não posso ser egoísta, preciso aprender a conviver com minha própria insatisfação, meu próprio  desequilíbrio emocional.
- Está definido, de agora em diante, não mais pensarei em Paulo. Viverei exclusivamente para meu companheiro  e minha filhinha.
A noite está maravilhosa, a lua cheia gera muita energia , que chega a vibrar em meus poros.
Amo a natureza!
Na manhã seguinte, Dr.Jorge me liberou, fui para casa com Gilberto e Anita. Minha filha rejeitou meu seio, fui obrigada a secar o leite, que era intenso e por esta razão sofri muito...havia uma rejeição recíproca, eu e a pequena Anita não conseguíamos manter uma perfeita harmonia.
Os dias foram passando e ela já sorria, quando me via. Sentia-se  aliviada do abandono interior!
Eu e Gil vivíamos muito bem, curtíamos todos os momentos de nossa filhinha. Em nossa casa não havia tristeza, só dentro de mim machucava a insatisfação; o desejo forte de ser amada com fúria, com ânsia, com garra...
Havia dentro de mim, um gosto puro de solidão. Meus momentos de alegria eram efêmeros e eu procurava intensificá-los , mas não podia fugir, estava marcada para viver só ...eternamente só!
-Quero evitar que algumas pessoas sofram por minha culpa...já vivi  a experiência de tomar decisões precipitadas; fui impulsiva sempre, mas hoje, preciso lutar contra este meu defeito.
-Rapidamente veio-me à mente a lembrança dos pelos de Paulo; tão abundantes, suaves e negros como a noite de hoje... Sentia desejo de deitar no seu peito peludo e forte, muito forte!
-Meu Deus, não quero lembrá-lo!
Joice fez muito esforço para não lembrar daquela paixão, que devastou seus sentimentos e sua dignidade.
Passaram-se mais ou menos  dois anos , e a vida continuava monótona...mas Anita ficava cada dia mais bonita.
Numa tarde, quando levava Anita ao médico para exame de rotina, Joice encontrou com um amigo de infância e percebeu que a vida havia parado para ela, pois todos progrediram profissionalmente, inclusive esse amigo, que era de uma família muito carente financeiramente, e que hoje advogava com muita competência e era reconhecido na sociedade local.
Joice se casou muito jovem, desistira de sua profissão de educadora; da felicidade, dos sonhos, das conquistas, dos desafios e era apenas “a mãe de Anita”!
- É preciso encontrar um tempo para mim...não consigo suportar a solidão, o desamor, a rotina de ser apenas mãe e mulher; quero muito mais...preciso de uma realização interior, sei que sou movida por desafios.

2 comentários:

  1. Muito lindo! Não tinha lido o primeiro capitulo mas fiquei curiosa, e já vou procurar para tentar ler!
    E eu acho que muitas mulheres se sentem como a Joice, presa naquela rotina!
    http://in-acreditaveis.blogspot.com.br/

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  2. Nossa que história linda!!! Em alguns pontos dessa historia mim identifiquei. Toda mulher, mãe geralmente não tem tempo, mas precisamos dedicar uma parte do tempo para fazemos aquilo que nos da prazer não é verdade? beijuus linda amiga,,, sempre arasando
    Blog http://www.nalvafaustino.com.br

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