As favelas e os favelados

Há alguns dias  me lembrei de uma noite, que ficou muito registrada em minha mente. Eu e alguns amigos do trabalho estávamos reunidos para comemorarmos nosso próprio encontro, pois cada um na sua correria diária, muitas vezes não achávamos tempo para trocarmos ideias sem compromisso, pois o trabalho ocupa nossas vidas, e é maravilhoso quando sentimos que somos muito úteis de alguma forma, que somos profissionais comprometidos, que vestimos a camisa de nossa empresa, e exatamente este sempre foi o nosso propósito.

Quando todos estavam descontraídos, música ao vivo de primeira qualidade, uma satisfação total no sorriso de cada um, um colega comentava o fato de que as pessoas que têm mania de tirar muitas fotos são pessoas “faveladas” e que a “favela sempre fica dentro destas pessoas”, mesmo que melhorem financeiramente e façam viagens ao exterior, não há como esconder ...fiquei assustada com tanta discriminação social , sinceramente pensei a respeito por muitos dias, questionei a mim mesma sobre esta colocação preconceituosa e ridícula, pois a “favela” (comunidade)é um lugar onde pessoas honestas também residem, pessoas menos favorecidas financeiramente, que não foram privilegiadas com bons colégios, boa alimentação, talvez até bons relacionamentos políticos( famoso Q.I ).

O que este” Pobre” amigo pensa sobre ser “Favelado”?

Faltou-lhe a famosa “elegância”, o que não faz parte de seus princípios, quando se trata de pessoas carentes economicamente, foi grosseiro !

“A favela sempre fica dentro das pessoas” mesmo que melhorem sua vida financeira!

É um julgamento “desumano” e não merece respeito, precisamos entender as diferenças sociais, que devastam nosso país .

Sabemos que na “favela” vivem  traficantes e que comandam os crimes, os tráficos e os moradores temem e obedecem suas ordens, mas não podemos generalizar, pois a “favela” existe justamente em consequência da desigualdade social gritante, e o muro que separa as mansões e os barracos nos arrastam para a verdadeira realidade Brasileira!

Que meu amigo me perdoe, mas sua insensibilidade é tamanha, que não consegue perceber que todos somos capazes de seguirmos numa estrada decente, digna, mesmo sem posição social de poder. O fato é que precisamos entender as diferenças, e tentar inserir na sociedade estas pessoas   através da EDUCAÇÃO.