Esta semana tive o prazer de ser agraciada com uma resenha do meu livro "Emoções Selvagens", feita pelo meu querido amigo Vicente Melo. Espero que gostem!
Livro: Emoções Selvagens - poesias e crônicas
Eliane de Lacerda Corrêa
Doendo de viver
Quantas voltas são necessárias para
provocar a vertigem que mistura os sentidos e descolore a realidade? Depende da posição, da predisposição, da
aceitação, da entrega que cada um é capaz de assimilar. O atleta tem o seu
objetivo claro e mensurável pelos pontos, pelo recorde. O poeta não tem
qualquer marca a alcançar, ele simplesmente voa no espaço escuro e cego em
busca de um recorde imensurável e desconhecido que ele mesmo inventa e
acredita. Mais selvagem impossível. Não o estéril, inculto, mas o indomável,
aquele que ao lado de buscas tantas, licencia-se das mesuras e privilegia o
sonho.
Transforma tragédias em orações e
professa a fé profunda capaz de fazer a luz. Nesse mister transforma o fel em
água, rompe a barreira do impossível e confere à vida toda a magnanimidade
imensurável, capaz de render a felicidade plena apenas por existir. “A vida é
um grande deserto”. Indomável, a intensidade da busca pode romper o tempo por
um atalho desmedido, apagar a luz do sol interior em busca de desbravar o
universo interior de uma só vez, com um só gesto, o uni-verso, para
encontrar-se e, então, deleitar-se, consumir-se em regozijo pleno.
De repente um sentido humano refaz a
distância entre o poeta e o mundo. Crítico ele estende à mão ao mundo e a si
mesmo, condescendendo ao amor possível da convivência. Abandona a mística, entrega-se
ao estado temporal, deleita-se com as próprias limitações e reinventa a oração:
Escrevo com simplicidade como a luz da vida”...para mim... para o mundo...
Em seu último livro “Emoções Selvagens”, Eliane de Lacerda
Corrêa expande-se pelo espaço possível onde quer que a poesia seja possível
e possa transportá-la em experiências sensoriais na tentativa de buscar as
respostas ou explicações às tantas perguntas não formuladas que insistem em
romper as nossas barreiras existenciais. Entregar-se à poesia de Eliane é tirar
proveito de uma alma inquieta que tenta se esconder atrás de um sorriso carregado
de compaixão pela vida.
Vicente Melo
Jornalista
FLOR TEM SELINHO PRA VOCE TAH BJOS
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