Emoções Selvagens: Resenha por Vicente Melo

29 de agosto de 2013


 Esta semana tive o prazer de ser agraciada com uma resenha do meu livro "Emoções Selvagens", feita pelo meu querido amigo Vicente Melo. Espero que gostem!





Livro: Emoções Selvagens - poesias e crônicas
Eliane de Lacerda Corrêa


Doendo de viver

            
 Quantas voltas são necessárias para provocar a vertigem que mistura os sentidos e descolore a realidade?  Depende da posição, da predisposição, da aceitação, da entrega que cada um é capaz de assimilar. O atleta tem o seu objetivo claro e mensurável pelos pontos, pelo recorde. O poeta não tem qualquer marca a alcançar, ele simplesmente voa no espaço escuro e cego em busca de um recorde imensurável e desconhecido que ele mesmo inventa e acredita. Mais selvagem impossível. Não o estéril, inculto, mas o indomável, aquele que ao lado de buscas tantas, licencia-se das mesuras e privilegia o sonho.
            Transforma tragédias em orações e professa a fé profunda capaz de fazer a luz. Nesse mister transforma o fel em água, rompe a barreira do impossível e confere à vida toda a magnanimidade imensurável, capaz de render a felicidade plena apenas por existir. “A vida é um grande deserto”. Indomável, a intensidade da busca pode romper o tempo por um atalho desmedido, apagar a luz do sol interior em busca de desbravar o universo interior de uma só vez, com um só gesto, o uni-verso, para encontrar-se e, então, deleitar-se, consumir-se em regozijo pleno.
            De repente um sentido humano refaz a distância entre o poeta e o mundo. Crítico ele estende à mão ao mundo e a si mesmo, condescendendo ao amor possível da convivência. Abandona a mística, entrega-se ao estado temporal, deleita-se com as próprias limitações e reinventa a oração: Escrevo com simplicidade como a luz da vida”...para mim...  para o mundo...
            Em seu último livro “Emoções Selvagens”, Eliane de Lacerda Corrêa expande-se pelo espaço possível onde quer que a poesia seja possível e possa transportá-la em experiências sensoriais na tentativa de buscar as respostas ou explicações às tantas perguntas não formuladas que insistem em romper as nossas barreiras existenciais. Entregar-se à poesia de Eliane é tirar proveito de uma alma inquieta que tenta se esconder atrás de um sorriso carregado de compaixão pela vida. 
                                                                                                                                                                       Vicente Melo
                                                                                                                                                                            Jornalista

1 comentários:

  1. FLOR TEM SELINHO PRA VOCE TAH BJOS
    http://dicadaleticia.blogspot.com.br/2013/08/selo.html

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